Vivo com o coração aflito
Quase a saltar pela boca
Peço, nos olhos
Veja-me
E no vai e vem
Dos dias
No cruzar das calçadas
Nada acontece
Passo despercebida
Passo silenciosa
Passo sem tocar
E ser tocada
A surpresa dos encontros
Que mais inusitados
Que mais inesperados
Por meio de ondas
Na distância do olhar
Pela modernidade
Acontece um relampejo
Uma noite
Na madrugada
Quieta
E solitária
O país encantado
Da conversa
Da verdade
Da parresía
Eu pude ver
E ser vista
O coração deveras aflito
Passou à leve!
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